Visualizações

quarta-feira, 23 de maio de 2012

TEMA III - OS SISTEMAS DE EDUCAÇÃO E FORMAÇÃO PARA A EUROPA DO CONHECIMENTO


Antes de irmos ao que interessa e tendo em conta todo o rico debate na sala de aula virtual desta unidade curricular, deixedeixo-vos uma mensagem de positivismo, crença e esperança na caminhada, rumo à inovação e à mudança na educação, que a Europa, mesmo que muito lentamente está a operar....



Lançado o desafio de comentar algumas referências de Jan Figel a propósito do Quadro de Referência Europeu- Competências Essenciais para a Aprendizagem ao Longo da Vida deixo-vos uma reportagem do programa "União a 27" da Sic Noticias, com Jan Figel...






Não se pode, no entanto falar em Europa do conhecimento sem falar do documento estratégico que saiu da reunião de Lisboa, em Março de 2000, reconhecido como "Estrategia de Lisboa"

"O que é a Estratégia de Lisboa?

Lançada em Março de 2000 durante a presidência portuguesa do Conselho da UE, a Estratégia de Lisboa pretende ser a resposta da União Europeia aos desafios da competitividade económica global no século XXI. O desenvolvimento de uma economia baseada no conhecimento afirmou-se como objectivo central. O conhecimento e a inovação surgem como factores centrais e diferenciadores para a competitividade da economia europeia no mundo.
A Estratégia de Lisboa previu um reforço de normas impulsionadoras da concorrência, da fluidez dos mercados e da estabilização dos preços. Estimular a competitividade da economia europeia num mercado global cada vez mais exigente revelou-se desde sempre como o principal objectivo.
A competitividade da economia europeia deverá ser alcançada também com uma forte aposta na inovação e no conhecimento. Neste domínio assumiu particular relevância a disseminação das tecnologias da informação e da comunicação, nomeadamente a Internet. Estas novas tecnologias enquanto veículos para disseminar social e economicamente o conhecimento.
Mas a particularidade da Estratégia de Lisboa assenta na conciliação que faz entre a competitividade e inovação, por um lado, e a coesão e emprego, por outro. A Europa assume, deste modo, que o modelo de desenvolvimento inovador que prosseguirá é indissociável do modelo social europeu. É indissociável da manutenção e do aprofundamento dos direitos sociais dos trabalhadores europeus.
A Estratégia tem sido alvo de necessários ajustamentos dos objectivos, políticas e metas a prosseguir. Assim aconteceu em 2005, com um relançamento para o período 2005-2008. Em 2009 iniciou-se a avaliação do impacto da Estratégia em todos os Estados-Membros e a aplicação dos objectivos para o período 2009-2010."






Orientada a visão fulcral para o desenvolvimento individual do Homem e da sociedade, a aprendizagem ao longo da vida tornou-se um objetivo prioritário para todos. Foi reforçada a necessidade de desenvolvermos as nossas aptidões e competências ao longo da nossa vida. Focalizou-se não só a realização pessoal mas sobretudo a nossa capacidade de participar  ativamente no desenvolvimento e construção da tal Europa da era planetária, onde as competências se revestem do saber ser, saber fazer, saber conhecer e viver com os outros.

Mas será que os nossos sistemas educativos estão preparados para "dar" tal educação? Estaremos nós disponíveis para a tal mudança baseada na inovação e no questionamento? Estaremos disponíveis como agentes inovadores capazes de solidariamente contribuir para o enriquecimento económico, intelectual, emocional e social dos nossos próximos? Estaremos intrinsecamente preparados para romper com parte do presente, acarinhar exemplos do passado e abraçar a surpresa do futuro?


Vejamos o que acha disto Edgar Morin na Conferência do ciclo Universo do Conhecimento gravada na sede da Unesco em Paris (2005).

Cinco anos depois da Estratégia de Lisboa definida, na Comunicação ao Conselho Europeu da Primavera, de 2 de Fevereiro de 2005, intitulada «Trabalhando juntos para o crescimento e o emprego - Um novo começo para a Estratégia de Lisboa». O Presidente Barroso com o acordo do Vice- Presidente Verheugen apresenta algumas conclusões bem como novas sugestões de trabalho e indicadores de direção aos estados membros. Deixo aqui parte dessa comunicação, nomeadamente no que à educação e conhecimento diz respeito.
"SÍNTESE
Cinco anos após o lançamento da Estratégia de Lisboa a Comissão apresentou um balanço moderado dos resultados alcançados. O desempenho esperado da economia europeia em matéria de crescimento, produtividade e emprego não foi atingido. A criação de emprego abrandou e o investimento na investigação e no desenvolvimento continua a ser insuficiente. A revisão intercalar da Comissão baseou-se no relatório do grupo de alto nível intitulado«Enfrentar o desafio: a Estratégia de Lisboa para o crescimento e o emprego», de Novembro de 2004. Solicitada pelo Conselho Europeu de Março de 2004, esta avaliação dos progressos alcançados no âmbito da Estratégia de Lisboa é extremamente crítica: ausência de uma acção política determinada e incapacidade de concluir a realização do mercado interno de mercadorias e criar o mercado interno dos serviços. Além disso, o relatório põe em causa a agenda sobrecarregada, a coordenação medíocre e a definição de prioridades inconciliáveis. A Comissão decidiu portanto centrar-se nas acções a desenvolver, em vez de dar prioridade aos objectivos quantitativos. A data de 2010 e os objectivos fixados para as diferentes taxas de emprego deixam pois de ser considerados prioritários. Neste contexto, a comunicação surge enquanto relançamento das prioridades políticas, em particular em matéria de crescimento e emprego.
Assim pretende-se:

* Encorajar o conhecimento e a inovação, melhorando o investimento na investigação e
no desenvolvimento, facilitando a inovação, a adopção das tecnologias da informação
e da comunicação (TIC) e uma utilização sustentável dos recursos, bem como
apoiando a criação de uma base industrial europeia sólida.
* Aumentar o investimento no capital humano, melhorando a educação e as
competências. A Comissão prevê, nomeadamente, a adopção de um programa
comunitário para a educação e a formação ao longo da vida. Os Estados-Membros
apresentarão igualmente uma estratégia nacional neste domínio em 2006.
A Europa tem de reforçar os três vértices do seu triângulo do conhecimento: educação,
investigação e inovação. As universidades são essenciais em todos esses domínios. Investir
mais e melhor na modernização e na qualidade das universidades é um investimento directo no
futuro da Europa e dos cidadãos europeus.
A presente Comunicação baseia-se em grande medida em opiniões convergentes recolhidas
no processo de consulta, que identificaram os três grandes imperativos para o ensino superior
europeu: atingir um padrão de qualidade mundial, melhorar a governança e aumentar e
diversificar o financiamento.

No âmbito da Estratégia de Lisboa, a Comissão pretende articular a sua acção em três
elementos:
A tomada de iniciativa pelas universidades.
As medidas a adoptar a nível nacional devem permitir às universidades adaptarem-se e
avançar para reformas, sendo os Estados-Membros instados a adaptar os respectivos
quadros reguladores no sentido de permitir tais reformas.
O apoio europeu.
Se não houver reacção das partes interessadas, a distância que separa as universidades
europeias das suas principais concorrentes mundiais corre o risco de aumentar. A
comunicação revela três áreas prioritárias para a reforma das universidades europeias:
melhorar a qualidade e torná-las mais atractivas, melhorar a sua governança e a dos
sistemas e aumentar e diversificar o seu financiamento com ou sem uma contribuição
substancial dos alunos.
A qualidade e a capacidade de atracção das universidades
As taxas de acesso e de conclusão do ensino superior são mais elevadas nos Estados Unidos,
no Canadá ou na Coreia do Sul. Ainda que nas escolas da União Europeia se forme um maior
número de investigadores, o número daqueles que são recrutados para essa carreira é
insuficiente. As tendências para a uniformidade nos sistemas nacionais privilegiam muitas
vezes as aptidões escolares e excluem aqueles que não encaixam no modelo padrão. A
fragmentação do sistema universitário europeu e o seu isolamento em relação à indústria estão
também na origem de uma ausência de espírito empresarial e das qualificações pretendidas no
mercado de trabalho.

Na sequência da consulta às universidades europeias, a Comissão sublinha a necessidade de:
*Aumentar a diversidade no que concerne aos grupos destinatários, aos métodos de
ensino, aos pontos de entrada e de saída, à combinação de disciplinas e competências
nos curriculos,etc


*Instaurar uma "cultura de excelência" generalizada por meio de uma concentração do
financiamento não apenas nos centros e nas redes que já alcançaram um nível de
excelência numa determinada área de investigação ou de formação, mas também
naqueles que têm potencial para alcançar esse nível de excelência. O que se pretende
é superar o efeito de isolamento e ajudar as regiões menos desenvolvidas a atingir um
elevado padrão de qualidade em sectores específicos.



*Encorajar um ensino e aprendizagem mais flexíveis e mais abertos para o mercado de
trabalho, aproveitando-se plenamente o potencial que encerram as tecnologias da
informação e da comunicação (TIC)





*Alargar o acesso e apoiar o empenhamento dos estudantes e aumentar as taxas de
sucesso graças à diversificação dos programas, ao incremento da mobilidade, à
melhoria do acompanhamento e da orientação, e através de uma flexibilização das
políticas de ingresso e da oferta de facilidades em matéria de despesas (bolsas,
empréstimos, alojamento acessível, etc.) .


*Facilitar o reconhecimento dos diplomas.

*Promover os recursos humanos das universidades graças a um ambiente profissional
favorável baseado em procedimentos abertos, transparentes e competitivos.

*Criar ao nível europeu um quadro de qualificações de ensino superior e uma rede de
agências de garantia da qualidade.

*A Comissão incentiva a qualidade mormente através do programa Marie Curie ( EN ) para o
desenvolvimento da carreira e da mobilidade de investigadores e, bem assim, apoiando um
programa de estudos de pós-doutoramento no Instituto Universitário de Florença ( EN ). A
Comissão tem em vista também a criação de um instituto europeu de tecnologia."



 O Conselho Europeu de Lisboa definiu o caminho a percorrer para alcançar o referido objetivo estratégico, designadamente:

“Preparar a transição para uma economia e uma sociedade baseadas no conhecimento, através da aplicação de melhores políticas no domínio da sociedade da informação e da I&D, bem como da aceleração do processo de reforma estrutural para fomentar a competitividade e a inovação e da conclusão do mercado interno, modernizar o modelo social europeu, investindo nas pessoas e combatendo a exclusão social, sustentar perspectivas económicas sãs e previsões de crescimento favoráveis, aplicando uma adequada combinação de políticas…


A análise dos progressos verificados ao nível da União e dos Estados-Membros com a execução da Estratégia de Lisboa permite concluir que, apesar da dinâmica do processo ter sido particularmente importante para apoiar o início da transição da UE e dos EM para economias do conhecimento, o grau de cumprimento dos objectivos definidos em Lisboa foi insuficiente.”  


Apesar de ainda sermos o país da UE-27 com a mais baixa escolaridade média da população adulta – 7,7 anos – substancialmente inferior à média europeia de 10,6 anos de escolaridade, o rumo é a aposta continuada e focalizada nos três objetivos gerais dos sistemas de educação e formação da europa

  1. Melhorar a qualidade e a Eficácia dos sistemas de educação e de formação na EU- melhorar a educação e formação dos professores e formadores; desenvolver as competências necessárias à sociedade do conhecimento; assegurar o acesso de todos às TIC; aumentar a participação nos estudos cientificos e técnicos; optimizar a utilização dos recursos.

  2. Facilitar o acesso de todos aos sistemas de educação e de formação - desenvolver um ambiente aberto de aprendizagem; tornar a aprendizagem mais atrativa; apoiar a cidadania activa, a igualdade de oportunidades e a coesão social.

  3. Abrir ao mundo exterior os sistemas de educação e de formação - reforçar as ligações com o mundo do trabalho, a investigação e a sociedade; desenvolver o espírito empresarial; melhorar a aprendizagem de línguas estrangeiras; aumentar a mobilidade e os intercâmbios; reforçar a cooperação europeia.
Apesar do panorama atual muito cinzento......

É preciso acreditar......e eu acredito...que mesmo devagar.......caminharemos JUNTOS.....na Era do conhecimento..........
Bibliografia/Netgrafia:

Sem comentários: