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segunda-feira, 7 de maio de 2012

 TEMA II - MODELOS E TENDÊNCIAS EVOLUTIVAS NOS SISTEMAS EDUCATIVOS EUROPEUS



Depois de uma aula virtual muito profícua e animada, aqui estou eu a cogitar como vos dar conta de tanta produtividade mental, de tanta criatividade, de tanta pesquisa, de valiosíssimas intervenções, de testemunhos e pontos de vista tão pertinentes. Penso não ser vaidade dar os parabéns a nós.......alunos do senhor professor António Moreira.
O desafio foi lançado com os vídeos que agora se seguem:



Alvin & Toffler...... a educação....que temos.....e a que deveríamos ter...

Todos reconhecem a suma importância de uma mudança urgente nos sistemas educativos mundiais. A educação é "um tesouro a descobrir". E porquê a emergência dessa mudança?


A Humanidade constrói-se como? Identifica-se como? Nasceu como? A Humanidade tomou corpo com a educação do Homem! Sendo assim, emerge a preocupação de muitos teóricos, técnicos e "clientes" da educação pelo futuro da mesma. Os modelos preconizados nas nossas escola estão completamente absoletos pois assentam ainda em princípios que não são mais atuais. O modelo de "fábrica" declaradamente ainda usado, continua a querer "imprimir" cópias e cópias de cidadãos com elevado grau de conhecimento memorizado e repetitivo.
Será que o caminho é a continuação da colagem ao modelo de fábrica, onde o professor se assume como patrão, como referem Alvin e Toffler, ou podemos acreditar que o verdadeiro tesouro ainda está por descobrir (Jacques Delors)?
Esse caminho que Toffler chamou de segunda onda em que "a civilização é uma sociedade industrial? O crescimento desenfreado da busca pela especialização e de economias de maior escala destinaram a formação em larga escala de grupos cada vez maiores, como empresas e estados-nação. Os princípios subjacentes a uma economia de Segunda Onda são a padronização, especialização e centralização. Quase ninguém cria produtos para si mesmo, e as pessoas passam a maior parte do seu tempo a trabalhar numa fábrica de criação de produtos para serem vendidos a outros. Esta separação do produtor e do consumidor é o principal sinal de uma economia de segunda vaga, e, de acordo com Toffler, um dos principais motivos para a discórdia e o caos no mundo moderno.”



É urgente a terceira vaga, a Terceira onda, como lhe chamou Toffler. Mas é fulcral que sejamos realistas. Muito temos de caminhar, muito há a fazer, e parece-nos que poucos ainda estão disponíveis, pelo menos, criticamente disponíveis.
Os princípios fundamentais de uma economia de Terceira Onda são os da massificação e da descentralização. Os produtos deixarão de ser padronizados em grandes fábricas, e passarão a usar as novas tecnologias da manufatura. Serão personalizados, com a produção voltada para séries extremamente pequenas, às vezes uma única unidade. Procura-se a especificidade na diversidade.
Delors, J. et al. (1996), diz a este propósito que esta é uma das razões porque temos de investir nas mudanças paradigmáticas da educaçaõ:“ não deixar por explorar nenhum dos talentos que constituem como que tesouros escondidos no interior de cada ser humano. Memória, raciocínio, imaginação, capacidades físicas, sentido estético, facilidade de comunicação com os outros, carisma natural para animador, ..."
Toffler cita Bill Gates para dizer que "não podemos mudar os sistemas educativos, temos de substituí-los completamente". Os sistemas educativos vigentes pela europa (pelo mundo), estão, na opinião de Toffler, a preparar pessoas "para o ontem e não para o amanhã". Horas a fio nas escolas (até 11 horas na India), modelos de aprendizagem caraterizados pelo conhecimento memorizado e muita repetição. Toffler chama a esta estratégia:"fazer mais do mesmo". Muito disto ainda se passa no sistema educativo português. Com a oferta das ETIs (Escolas a Tempo Inteiro concebidas essencialmete com a ideia original de dar resposta aos pais trabalhadores com horários sobrecarregados), na Madeira particularmente, as crianças chegam a passar 10 horas na escola. Inverteram-se os papeis, socialmente instaurados. O papel desempenhado pelas famílias passou agora para a esfera do professor, do auxiliar de serviçõs gerais, da srª diretora da escola que ainda tem de convocar os pais para pedir que não deixem os filhos à porta da escola, sem supervisão, às sete da manhã. Os pais, subjugados à salvaguarda do seu emprego e de alguma qualidade de vida, demitem-se completamente das suas funções de primeiros educadores de vida.

Continuo a achar que "a educação vem de casa", mas relevo a situação dramática com que muitos pais se debatem no contexto socio económico e cultural atual. E esses pais, que são outras tantas coisas no dia a dia, também são os professores, os supervisores, os orientadores, os responsáveis políticos que hoje alimentam esta "zona de conforto", este conformismo autista que impressiona os demais. Assiste-se a cada hora do dia, a cada desempenho, a uma falta de motivação, a uma competitividade desenfreada que de criativa nada tem. Hoje, na nossa sociedade, desde os mais altos responsáveis, até aos mais humilde e não qualificado trabalhador, a competitividade existe unicamente na esfera da salvaguarda do maior ganho económico e segurança do posto de trabalho. É assaz importante que os sistemas educativos se reorganizem (ou se substituam?) por forma a estimularem a competitividade da e para a criatividade. Estão em causa competências, que por mais essenciais nos possam parecer, definirão o futuro da sociedade. Falamos de competências baseadas nos quatro pilares da educação segundo Delors (1996): Aprender a ser, conhecer, fazer e viver juntos. É imprescindível que a educação promova o desenvolvimento de competências que permitam ao indivíduo aceder a novos conhecimentos e a novas atitudes orientado e ou espontaneamente.


Hoje, na escola, tentamos providenciar Tudo aos nossos alunos, tal qual a maternidade recente promove. Parece-me que estamos a providenciar demais. Quero dizer, cada vez mais, transparece a ideia de que retiramos mais autonomia aos nossos alunos, em vez de a estimularmos e reforçar-mos. Damos-lhe muitas oportunidades, promovemos facilidades e fazemos quase tudo por eles. Aos sistemas educativos do presente falta a educação para a mudança, um sentido de autonomia e adaptabilidade que o futuro próximo reclama urgentemente. Emergem vontades, teorias e muita investigação. O difícil é mudar mentalidades, pois é disso que se trata. Estamos há algum tempo pensando a educação. Todos são unânimes nos objetivos a definir, nas estratégias a implementar, nas competências a desenvolver. Na era digital, só o desenvolvimento das competências comunicacionais, sociais, empresariais e culturais permitirão criar um sociedade crítica, criativa, autónoma, mas sobretudo capaz de construir e pensar sobre o conhecimento.





"Os analfabetos do próximo século não são aqueles que não sabem ler ou escrever, mas aqueles que se recusam a aprender, reaprender e voltar a aprender." (Alvin Toffler)
A (re)organização dos sistemas educativos exige de fato uma revolução.....de atitudes. A educação só responderá aos desafios contemporaneidade e da globalização quando formos capazes de educar com equidade, reduzindo drasticamente as estatísitcas do abandono e absentismo escolar, quando a nossa escola for capaz de mais do que integrar, INCLUIR, todos os que por força das Necessidades Educativas Especiais, multiculturalidade, religão ou preceito se encontrem, no presente, dela privados. Cultivemos não só a autonomia responsável como também a tolerância perante a diversidade. Respondamos com criatividade e versatibilidade à sociedade do conhecimento, mantendo uma identidade que não morre pela inovação.




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